Delegacia Olímpia

Autor do atentado contra Folha da Região se apresenta na delegacia de Olímpia

Nesta quarta-feira(31) se apresentou ao delegado titular da Polícia Civil de Olímpia, Dr. Marcelo Pupo de Paula, o autor do atentado contra o jornal Folha da Região. Acompanhado do advogado criminalista, Dr. Léo Bom, o bombeiro Cláudio José Azevedo de Assis, o Cláudio Báia, confessou que ateou fogo na sede do jornal, sem saber que no local também residia o jornalista José Antônio Arantes.

Em depoimento, (publicado por Juliao Pitbull no site “Olímpia 24 Horas”) o autor disse que “não sabia que no local (do incêndio) residiam pessoas pois se soubesse jamais teria feito aquilo.

Que no dia pegou um pouco de gasolina velha que tinha em casa, tirou um pouco de sua moto que foi usada no crime, pegou fita isolante e cobriu a placa da sua moto para que não conseguissem sua identificação por meio da moto.

Que colocou a gasolina no galão e amarrou na garupa.

Que pegou sua moto de cor azul escura, placas CQS-8954 e foi em direção a região central.

Que estava muito alterado no dia pois estava tendo vários problemas familiares pois sua ex-amásia ficava lhe cobrando, gritando e xingando, falando que ia acabar com ele, tendo até proibido ele de passar na sua rua, pois que se passasse, iria acabar com a vida dele.

Que quando o telefone tocava, ficava muito nervoso pois poderia ser sua ex-amásia lhe telefonando com novas ameaças, gritarias e xingamentos.

Que estava mentalmente transtornado com tudo isso, ex-amásia e notícias dos governantes sobre medidas de restrições.

Que tinha acabado de se recuperar da Covid-19, pois teve alta no dia 09 de março (o crime foi no dia 17).

Que após a alta hospitalar ainda ficou com algumas sequelas da doença.

Que no dia chegou na porta do Jornal (Folha da Região), desceu da moto, jogou a gasolina em duas portas, pois não sabia qual seria a porta correta do Jornal e ateou fogo com fósforo.

Que em seguida pegou sua moto, ainda deu algumas voltas na cidade e depois foi embora para sua casa.

Questionado sobre os motivos que o levou a tal ato o autor disse que “não sabia a motivação mas que não gostava das manifestações do editor do Jornal Folha da Região (Arantes)”.

Questionado se alguém sabia de tal fato ele disse que não! Disse que reconhece nas imagens que ele mesmo, com sua mochila e seu capacete, sua moto e que foi ele mesmo que ateou fogo na empresa. Reafirmou que ninguém sabia dos fatos, somente ele mesmo.

Que antes dos fatos pensou em tirar a própria vida ou a de alguém (um político), pois não estava aceitando as medidas dos governantes de restrição quanto ao Covid-19.

Que após os fatos, cinco dias depois, no dia 23 de março, resolveu pegar o seu carro e partir para outro estado.

Que pegou um dinheiro guardado em casa e foi até a BR 153, parou em um posto, comprou uma mapa e saiu para o Estado do Espírito Santo, com destino a capital Vitória.

Que antes de iniciar a viagem parou entre as divisas de Olímpia e Severínia, um rio, onde acabou quebrando os seus três celulares e jogando-os no rio, tendo antes retirado apenas as baterias.

Que com pouco dinheiro foi para o Espírito Santo mas quando passava por uma base da Polícia Rodoviária foi parado e ficou com medo de alguém ter descoberto o que tinha feito. Mas depois viu que era apenas uma abordagem de rotina já que até então ninguém sabia dos fatos anteriores ao seu desaparecimento.

Que seus familiares descobriram seu paredeiro pois eles tinham ido na delegacia e colocado nos jornais o seu desaparecimento.

Que familiares entraram em contato com ele. Que seu irmão foi até o Espírito Santo buscá-lo pois não tinha condições de regressar.

Que quando retornou sua saúde mental estava alterada, razão pela qual procurou ajuda com um profissional de saúde mental.

Que está arrependido do que fez e que teria sido apenas para dar um susto.

Que tem insônia e reafirmou que após a sua recuperação da Covid-19, sua situação se agravou ainda mais olhando as notícias ele ficava revoltado e que nem conseguia mais dormir, quando “brotou” a ideia na sua cabeça e ele foi lá e fez tudo aquilo.

Por fim que não conhecia o Jornalista Arantes pessoalmente, apenas pelo jornal.

Que nunca teve qualquer desavença com ele. O autor acrescentou ainda que tal ato foi um ato de revolta contra a imprensa que não estava ajudando no combate à pandemia da Covid-19, finalizou”.

Jornalista deixa a sua residência por temor a retaliação de incendiário que permanece solto

O jornalista José Antônio Arantes, sua esposa e netinha de 09 anos, deixaram, na quarta-feira, 31, a residência onde vivem, no centro da cidade, e foi objeto de atentado incendiário na madrugada do último dia 17, para ir para local seguro em razão de temor de uma possível retaliação do acusado do ato criminoso que foi identificado pela polícia mas continua solto.

O fato se deu em razão de informações de pessoas ligadas à polícia local de que o acusado embora tenha sido identificado, havia sido liberado pelo delegado logo após o interrogatório.

Os advogados do jornalista, Mônica M. de Lima Nogueira e Willian Antônio Zanolli estiveram na delegacia e confirmaram que a informação de que embora as provas sejam consistentes, corroboradas pela própria confissão do acusado, não havia sido sequer pedida a prisão preventiva do incendiário.

Os advogados solicitaram acesso ao inquérito, mas o Delegado Marcelo Pupo de Paula, que não estava de plantão e, segundo informação de funcionária da delegacia que o teria consultado por telefone, não autorizou o fornecimento de cópias ou acesso ao procedimento investigativo instaurado na delegacia local.

Segundo Mônica Nogueira, o delegado, com sua atitude, pode ter ferido situação jurídica pacífica no Supremo Tribunal Federal, a súmula vinculante 14 STF que garante o acesso do advogado mesmo em inquéritos sob sigilo. Se garante o acesso ao indiciado, como não dar a mesma prerrogativa ao representante da vítima, principalmente quando a polícia tem que proteger a vítima em estado de insegurança”, afirmou a advogada.
Diante destas circunstâncias, o jornalista, que defende intransigentemente a vida entendeu como coerente não colocar a sua vida e a sua família em risco diante das circunstâncias apresentadas.

Fonte/Depoimento: OLÍMPIA 24H

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