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Prefeitura de Olímpia e Fundação Roberto Marinho apresentam a concepção do novo Museu do Folclore em exposição que será inaugurada no Fefol

Depois de um ano de parceria com a prefeitura de Olímpia, a Fundação Roberto Marinho vai inaugurar, no Recinto do Folclore, em edifício recém-construído, uma exposição temporária que mostrará ao público o trabalho de curadoria e o projeto expográfico que fará parte do novo Museu do Folclore da cidade. O projeto arquitetônico, contratado pela prefeitura, é assinado pelos arquitetos Germana Zanetti e Leandro Madi.

A inauguração será no dia 5 de agosto, na abertura do Fefol, às 20h, e a exposição segue aberta até o dia 13 de agosto, quando termina o festival. A visitação será totalmente gratuita e a proposta é mostrar ao público — em especial aos cerca de 160 mil visitantes e moradores que frequentam a cidade durante o Fefol   — os avanços das duas primeiras fases do projeto (Ideação e Concepção), cujos estudos já começam a dar forma à futura exposição de longa duração do novo Museu.

Paredes com objetos do acervo, telas de tecido com textos, frases e palavras, além de painéis com a proposta curatorial do Museu poderão ser “descobertos” pelos visitantes. O público terá a oportunidade de relatar seus depoimentos sobre folclore e suas expectativas para o novo Museu em um estúdio criado especialmente para a captação dessas falas. Esses relatos ficarão registrados no Arquivo Público Municipal de Olímpia e poderão futuramente ser utilizados na nova exposição do Museu.

A concepção do novo Museu do Folclore seguiu algumas etapas. Teve início na 58ª edição do Festival, em agosto de 2022, com estudos, pesquisas, projetos e uma profunda imersão na relação da cidade com a temática do folclore. Em fevereiro de 2023, um seminário envolveu toda a comunidade e, em especial, os grupos folclóricos e parafolclóricos de Olímpia. A partir daí, a equipe do projeto foi a fundo para propor o novo conceito e desenvolver os projetos para o Museu do Folclore. Todo o trabalho foi feito com profundo respeito à história desse importante equipamento cultural, criado na década de 1970, e que tem um dos maiores acervos sobre o tema no país. Essa renovação pretende ampliar a interação com o público a partir de uma exposição que, além dos objetos museológicos, traz também recursos tecnológicos e interativos para promover uma abordagem mais atraente, inovadora e encantadora para os visitantes.

Em breve, começa a terceira etapa dos trabalhos, dando continuidade à parceria entre a Prefeitura de Olímpia e a FRM, para o desenvolvimento de todos os projetos executivos e detalhamentos necessários à futura implantação do Museu do Folclore, cuja inauguração está prevista para o segundo semestre de 2024.

A curadoria é assinada pelo trio Regina Machado, Edilberto Fonseca e Marcus Lontra e a expografia é da cenógrafa Renata Pittigliani. A exposição combina tradição e inovação, a partir de cinco eixos temáticos, chamados de “caminhos”: Festas, Terra, Palavras que o vento leva, Fontes e Olímpia. Os eixos temáticos foram concebidos a partir de sua relação com os eixos elementais: terra, fogo, água e ar.

“Acreditamos que o novo Museu do Folclore será um marco importante para Olímpia, impulsionando o turismo cultural, promovendo o intercâmbio de conhecimentos e fortalecendo nossa identidade como Capital Nacional do Folclore. Uma das suas principais metas é promover o conhecimento e a valorização da cultura popular em todas as suas formas. Será um local de celebração das tradições, lendas, festividades, danças, músicas e costumes únicos”, explica Priscila Foresti, secretária municipal de Turismo e Cultura. “Além disso, o museu também terá como objetivo incentivar a participação da comunidade local, oferecendo espaços para exposições temporárias, workshops, palestras e atividades interativas. Com isso, essa primeira mostra do que está por vir será significativa para o envolvimento da comunidade”, completa.

A natureza, encontrada no artesanato, nas cozinhas, danças, músicas, contos, nas ruas, entre outras manifestações, exalta a riqueza das práticas das culturas populares brasileiras e está em cada um dos caminhos da exposição. “Queremos mostrar que folclore não é uma mera sobrevivência do passado. Pelo contrário, ele se faz presente nas diversas formas de viver e das nossas manifestações culturais. As culturas populares, além da contribuição para a memória e compreensão da nossa história, são essenciais para a construção de um país mais diverso e plural”, reforça Larissa Graça, Gerente de Patrimônio e Cultura da Fundação Roberto Marinho.

O novo Museu do Folclore contará com um guia para lá de especial: o Curupira. Como um aliado na proteção da natureza e no aprendizado aos jovens nas sabedorias profundas da mata, ele foi escolhido por ser um personagem que emana respeito de quem o cita.  Este ilustre anfitrião nos levará a percorrer e descobrir cinco caminhos encantadores:

O caminho das Festas  
O caminho das Festas está relacionado ao elemento Fogo e traz o que há de mais vibrante, sincero e rico nas comunidades, em qualquer região do país. As palavras-chave que guiaram a curadoria foram: celebração, comunhão, fé, coletividade, ancestralidade, identidade, entre outras. As origens e significados das diversas festas populares que acontecem país afora estão presentes na exposição, seja mostrando suas danças, roupas, adereços, músicas e comidas que acompanham cada festa. São tradições que se repetem ao longo do ano, mostrando a energia e a força popular na preservação de tradições ancestrais.

O caminho da Terra   
Natureza e folclore andam juntos desde sempre. Os ciclos, os materiais, a ideia de se entender como parte integrante da natureza e, ao mesmo tempo, parte do todo, são apresentados na exposição do novo Museu do Folclore. Bambu, cipó, madeiras, barro, pigmentos, ervas e terra foram o ponto de partida para o projeto expográfico, que inclui instrumentos musicais, brinquedos e talentos no fazer, cozinhar, costurar, curar, entre outros.

O caminho das Palavras que o vento leva  
Contar histórias e levar adiante, de geração em geração, a memória dos lugares e pessoas de cada região. É o elemento Ar que mantém vivos contos, lendas e poemas que compõem este caminho tão representativo da oralidade brasileira em seus valores e tradições. Seja nas batalhas urbanas de rimas, nos sotaques de cada região, nos personagens populares brasileiros, como o Saci-Pererê, o Curupira e até mesmo o ET de Varginha, o novo Museu do Folclore mescla o novo e o tradicional para reforçar a ideia do folclore como algo em movimento e sempre presente na cultura popular.

O caminho das Fontes  
As Fontes estão ligadas ao elemento Água, como as águas primordiais dos povos originários e fonte de muitas influências no folclore brasileiro; como o Complexo Guarani, o maior reservatório de águas subterrâneas do mundo; como os oceanos que trouxeram os colonizadores portugueses e os africanos escravizados. São diversas fontes que geram enorme contribuição para a nossa cultura e a exposição vai mostrar o fluxo histórico desse movimento aquático, levando os visitantes a identificarem, perceberem e sentirem as marcas de cada fonte.

O caminho de Olímpia  
Olímpia se situa sobre o aquífero Guarani. Foi fundada em 1903 e é a capital nacional do Folclore desde 2017. Anualmente, desde 1965, a prefeitura realiza o Festival do Folclore, sendo o maior evento do gênero no Brasil. A exposição celebra os mentores do Fefol: o professor Victório Sgorlon e seu aluno José Sant’anna. Victório dava aulas de canto orfeônico e, ao tratar do tema folclore, promoveu seminário e organizou exposições de objetos recolhidos pelos alunos e expostos nas salas de aula do Ginásio Olímpia, onde lecionava. Um de seus alunos, José Sant’anna, seguiu a carreira de professor de Português e sempre foi um entusiasta do folclore desde os anos 1950, durante sua juventude. Em 1965, para expandir o folclore além da sala de aula, Sant’anna levou para as ruas da cidade as primeiras manifestações de grupos locais, exposições e seminários sobre o tema ao organizar o 1º Festival de Olímpia.

FEFOL é totalmente gratuito e vai até 13 de agosto
A 59ª edição do Festival de Folclore acontece no Recinto do Folclore em Olímpia, com a abertura marcada para as 20h do dia 5 de agosto (sábado). São esperadas cerca de 160 mil pessoas até o dia 13 de agosto e todas as atividades, distribuídas em diferentes locais da cidade, são gratuitas. As atrações têm caráter cultural, educacional e de lazer e incluem apresentações, seminários, brincadeiras e a exposição do novo Museu do Folclore.

Neste ano, o evento homenageia os Parafusos, de Sergipe. Surgido na cidade de Lagarto, em 1897, a origem do grupo está ligada à fuga dos escravos dos engenhos em direção aos quilombos. Com um espírito alegre e desafiador, os escravos pegavam as anáguas das sinhazinhas que ficavam no sereno e as vestiam em noite de lua cheia, completando a fantasia com um chapéu em formato de cone. Era o disfarce perfeito para fugir e assustar os capatazes. Ao saírem dançando, rodopiando e dando pulos pelas estradas, surgiu o nome Parafusos. Mesmo após o fim da escravidão, a tradição se manteve até os dias de hoje, com o uso de tambores e triângulos, representando a resistência, a força e a liberdade dos negros escravizados. A participação dos Parafusos, desde os anos 1980, fortaleceu sua reputação como manifestação popular e autêntica, ao unir história e cultura sergipana.

Os curadores e a equipe da FRM participarão no dia 10 de agosto, às 8h, do Seminário de Estudos Relacionados ao Folclore, voltado para professores do Ensino Fundamental. O seminário será realizado no Pavilhão do Mini Festival e vai discutir o uso educacional, potencialidades e o papel do Museu do Folclore nas escolas do município, que fazem um trabalho inovador e contínuo, desde as aulas do professor José Sant’anna, na década de 60, e que deram origem ao que hoje veio a ser o FEFOL.

Quem quiser saber mais sobre esta e outras atrações pode consultar a programação completa nesse link: https://bit.ly/Programacao_FEFOL2023.

Sobre a Fundação Roberto Marinho  
A Fundação Roberto Marinho inova, há mais de 40 anos, em soluções de educação para não deixar ninguém para trás.  Promove, em todas as suas iniciativas, uma cultura de educação de forma encantadora, inclusiva e, sobretudo, emancipatória, em permanente diálogo com a sociedade. Entre suas ações estão o desenvolvimento de projetos voltados para a escolaridade básica e para a solução de problemas educacionais que impactam nas avaliações nacionais, como distorção idade-série, evasão escolar e defasagem na aprendizagem; pesquisas realizadas de forma sistemáticas, que revelam os cenários das juventudes brasileiras e dão origem à criação de políticas públicas voltadas para diferentes setores e incentiva a inclusão produtiva de jovens no mundo do trabalho.

A Fundação também possui a expertise de ter concebido e implementado alguns dos principais museus do país – Museu da Língua Portuguesa e Museu do Futebol, em São Paulo; Museu do Amanhã e Museu de Arte do Rio, no Rio de Janeiro; Paço do Frevo, em Recife; e Museu da Imagem e do Som, em construção no Rio de Janeiro. São espaços de educação e cultura que valorizam patrimônios imateriais do país, revitalizando também regiões e patrimônios históricos. Mais informações no Portal da Fundação Roberto Marinho.

 

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