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OAB recomenda que Moro e Dallagnol peçam afastamento de cargos

Após o vazamento de supostas conversas entre o ex-juiz federal e atual Ministro da Justiça, Sérgio Moro e o procurador da República Deltan Dallagnol, ambos protagonistas do processo que acarretou a prisão do ex-presidente Lula(PT), o Colégio de Presidentes Seccionais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) decidiram por unanimidade, nesta segunda-feira(10), emitir a recomendação para o afastamento dos cargos públicos de todos os envolvidos no caso dos supostos diálogos entre integrantes da Lava Jato divulgados pelo site The Intercept.

Embora a nota não cite expressamente o nome de Moro e Dallagnol, é público e notório que a recomendação atinge diretamente os dois, principalmente após a suspeita de “conluio” no decorrer do processo, o que pode provocar a nulidade de todo processo que condenou o ex-presidente.

A OAB ainda trata o ocorrido com “preocupação” e “perplexidade”, tanto pelo conteúdo dos supostos diálogos quanto com a possibilidade de as autoridades terem sido “hackeadas”.

Leia a nota na íntegra:

“O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Colégio de Presidentes de Seccionais, por deliberação unânime, manifestam perplexidade e preocupação com os fatos recentemente noticiados pela mídia, envolvendo procuradores da república e um ex-magistrado, tanto pelo fato de autoridades públicas supostamente terem sido “hackeadas”, com grave risco à segurança institucional, quanto pelo conteúdo das conversas veiculadas, que ameaçam caros alicerces do Estado Democrático de Direito.

É preciso, antes de tudo, prudência. A íntegra dos documentos deve ser analisada para que, somente após o devido processo legal – com todo o plexo de direitos fundamentais que lhe é inerente -, seja formado juízo definitivo de valor.

Não se pode desconsiderar, contudo, a gravidade dos fatos, o que demanda investigação plena, imparcial e isenta, na medida em que estes envolvem membros do Ministério Público Federal, ex-membro do Poder Judiciário e a possível relação de promiscuidade na condução de ações penais no âmbito da operação lava-jato. Este quadro recomenda que os envolvidos peçam afastamento dos cargos públicos que ocupam, especialmente para que as investigações corram sem qualquer suspeita.

A independência e imparcialidade do Poder Judiciário sempre foram valores defendidos e perseguidos por esta instituição, que, de igual modo, zela pela liberdade de imprensa e sua prerrogativa Constitucional de sigilo da fonte, tudo como forma de garantir a solidez dos pilares democráticos da República.

A Ordem dos Advogados do Brasil, que tem em seu histórico a defesa da Constituição, da ordem jurídica do Estado Democrático e do regular funcionamento das instituições, não se furtará em tomar todas as medidas cabíveis para o regular esclarecimento dos fatos, especialmente junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), Procuradoria-Geral da República (PGR), Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e Conselho Nacional de Justiça (CNJ), reafirmando, por fim, sua confiança nas instituições públicas.”

 

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