Um verdadeiro tesouro cultural do Rio de Janeiro estará presente no 55º Festival do Folclore da Estância Turística de Olímpia, de 3 a 11 de agosto. De lá, virão os grupos “Mineiro Pau e Boi Pintadinho”, agremiação da cidade de Santo Antônio de Pádua, com mais de 100 anos de tradição, e o inédito Jongo da Serrinha, da cidade de Madureira, que fará participação especial no espetáculo de abertura do evento, na noite de 3 de agosto.
A participação de ambos no Festival de Olímpia marca o retorno do Rio de Janeiro à grade de programação do evento. Isso porque, há mais de 12 anos, um grupo carioca não vem ao Fefol.
JONGO
O premiado Grupo Cultural Jongo da Serrinha conta em seu espetáculo, “Vida ao Jongo”, a história do ritmo que deu origem ao samba, tombado em 2005 pelo IPHAN como primeiro Patrimônio Imaterial do sudeste. Tido como “o pai do samba”, o jongo é uma herança cultural dos negros Bantus, trazidos para o trabalho forçado nas fazendas de café do vale do Paraíba no início do século XVIII. Sua história se mistura com a da cidade, do surgimento das primeiras favelas e do samba.
O Jongo da Serrinha foi criado, no fim da década de 60, pelo Mestre “Darcy do Jongo” e sua família. Ao perceberem que o último núcleo de jongo da cidade estava morrendo, decidiram transformar as rodas informais da comunidade em ensaios artísticos como estratégia de preservação do ritmo. De lá pra cá, foram quase 50 anos de trabalho na divulgação do ritmo que fez do Jongo da Serrinha, uma das mais importantes referências da cultura carioca.
Todos os anos, semanalmente, a instituição recebe espontaneamente diversos convites para apresentações, se intensificando em datas comemorativas como 13 de maio (Abolição da Escravatura), Semana do Folclore, Dia das Crianças, Festas Juninas, Dia Estadual do Jongo, Semana de Zumbi, Dia do Samba, entre outros.
MINEIRO PAU
Localizada na região Noroeste do Estado do Rio de Janeiro, a 250 quilômetros da capital, Santo Antônio de Pádua possui aproximadamente 40 mil habitantes. Numa localização geográfica privilegiada, o município contou com vários povos para sua formação. “Dentre eles podemos destacar as comunidades afro-indígenas, imigrantes árabes e italianos. Tão rica foi a participação destas comunidades que dentre outras manifestações culturais nos legaram o Mineiro Pau e Boi Pintadinho”, conta o Mestre Nico, neto e filho de uma geração que através dos tempos fez e faz do Mineiro Pau e Boi Pintadinho uma manifestação cultural relevante para a cultura.
Contando atualmente com 50 integrantes, o Mineiro Pau de Santo Antônio de Pádua vem dando continuidade a este legado que, através de apresentações locais e regionais, mostra danças de pares soltos envolvendo homens, adultos e crianças, sempre em número par, que, com um ou dois bastões, com os quais fazem a marcação dos tempos do compasso musical, executam complicada coreografia. Enquanto mulheres cantam, os homens batem os bastões de madeira.
O acompanhamento musical é feito com sanfona de oito baixos, bumbo, caixa, triângulo, chocalho e pandeiro. Suas encenações folclóricas são apresentadas com o Boi, a Mulinha, a Boneca e o Jaguará. Esses personagens vão sempre à frente dos dançadores para abrir a praça para o povo, fazendo encenações que não chegam a compor um enredo.
GRUPOS
Este é o 14º grupo e o sexto Estado anunciado pela Comissão Organizadora do Festival do Folclore de Olímpia para este ano.
Já estão confirmados os seguintes estados e grupos:
– Do Rio Grande do Sul: Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Passo dos Tropeiros, de Rolante, Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Fagundes dos Reis, de Passo Fundo e“Trama Arte – Cia de Dança”, de Viamão.
– De Santa Catarina: Associação Folclórica “Boi de Mamão do Pantanal”, de Florianópolis.
– De Goiás: Grupo Vilão de Santa Efigênia, da cidade de Catalão.
– Do Espírito Santo: Banda de Congo Beatos de São Benedito, da cidade de Vila Velha.
– De Minas Gerais: Terno de Congo Sabiá, de São Sebastião do Paraíso, Grupo Filhos de Itamogi, da cidade de Itamogi, Congo da Libertação, de Ituiutaba, Marinheiros do Prata, de Pratápolis, Guarda de Moçambique, de Timóteo, e quadrilha do Centro Cultural Arraial do Pé Vermelho, da cidade de Belo Horizonte.
– Do Rio de Janeiro: Mineiro Pau e Boi Pintadinho, de Santo Antônio de Pádua, e Jongo da Serrinha, da cidade de Madureira.
O EVENTO
O Festival do Folclore da Estância Turística de Olímpia chega em sua 55ª edição. Promovido pela Prefeitura, por meio das secretarias de Turismo e de Cultura, Esportes e Lazer, a festa será realizada de 03 a 11 de agosto de 2019.
Trata-se de um dos maiores e mais importantes eventos do país, que comemora, este ano, seu Jubileu de Orquídea. Durante nove dias de festa, a cultura de todo o país se reunirá na cidade, que é reconhecida oficialmente como a Capital Nacional do Folclore (Lei Federal Nº 13.566/2017).
A grande atração do evento fica por conta das apresentações noturnas de palco de danças e manifestações folclóricas, que encantam o público da festa. Mas, aliado a isso, a programação inclui uma série de atividades como palestras, gincana e oficina de brinquedos tradicionais infantis, exposição de artesanato, culinária brasileira e desfile.
O palco da festa, que tem entrada gratuita, é o Recinto de Exposições e Praça de Atividades Folclóricas e Turísticas “Professor José Sant’anna”, o popularmente conhecido Recinto do Folclore, que leva o nome do idealizador do festival.