A famosa banda de Congo ‘Beatos de São Benedito’, da cidade de Vila Velha, no Espírito Santo, chega para compor a programação do 55º Festival do Folclore da Estância Turística de Olímpia. O grupo, que é mantido pela ACERBES – Associação Cultural Esportiva e Recreativa Beatos do Espírito Santo, foi anunciado nesta quinta-feira, dia 27, pela Comissão Organizadora da festa.
Trata-se do primeiro Estado do sudeste brasileiro divulgado pela organização para esta edição do Fefol. É o segundo ano que o grupo vem à Capital Nacional do Folclore. Sua estreia, com cerca de 40 componentes, ocorreu no ano passado.
A ACERBES – Associação Cultural Esportiva e Recreativa Beatos do Espírito Santo é uma entidade que trabalha a cultura popular, o esporte e o lazer em nove comunidades. O trabalho foi iniciado em 1999, pelo atual presidente da Associação, Mestre Naio, no curso de Educação Física do Centro Universitário de Vila Velha (CUVV), e buscava pesquisar “o resgate local, a divulgação da cultura, a qualidade de vida, a fé e a inclusão social”, através do Congo, considerado, hoje, Patrimônio Imaterial Cultural de Vila Velha. E, através destes objetivos, quantificar melhoras posturais, motoras, rítmicas e sociais em crianças portadoras de necessidades especiais.
A ACERBES deu então origem e mantém a Banda de Congo Beatos de São Benedito, com intensa atuação no âmbito da Cultura Popular Capixaba. A Banda de Congo é formada por pessoas portadoras de necessidades especiais, idosos e adolescentes em risco social.
DEVOÇÃO
O congo do Espírito Santo é uma tradição de louvor a São Benedito que une elementos de origem negra, indígena e cristã. Segundo a lenda, em meados do século XIX, um navio negreiro naufragou na costa do Espírito Santo, e os escravos, amontoados no convés, rezavam a São Benedito, pedindo por um milagre que os salvasse. O Santo fez então com que o mastro central se descolasse de seu casco, tombando sobre a embarcação. Os negros se agarraram a ele e, flutuando sobre as ondas, conseguiram chegar salvos a praia. A partir do ano seguinte ao naufrágio, os sobreviventes instituíram a representação do feito milagroso em louvor ao Santo. A tradição se espalhou pelo Estado, obedecendo a um calendário anual de louvor aos santos em um belo espetáculo de dança e música. Além das festas tradicionais do Congo, os Beatos se apresentam em festivais e festas públicas.