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Espírito Santo traz para o Festival do Folclore a tradição de louvor a São Benedito

A Comissão Organizadora do 54º Festival do Folclore da Estância Turística de Olímpia anunciou hoje, dia 19 de junho, o primeiro Estado do Sudeste brasileiro presente nesta edição da festa. Trata-se da Banda de Congo Beatos de São Benedito, da cidade de Vila Velha, no Espírito Santo, que vem pela primeira vez em Olímpia. Seus cerca de 40 componentes chegarão à cidade no dia 4 de agosto para a abertura do evento.

A ACERBES – Associação Cultural Esportiva e Recreativa Beatos do Espírito Santo é uma entidade que trabalha a cultura popular, o esporte e o lazer em nove comunidades. O trabalho foi iniciado em 1999, pelo atual presidente da Associação, Mestre Naio, no curso de Educação Física do Centro Universitário de Vila Velha (CUVV), e buscava pesquisar “o resgate local, a divulgação da cultura, a qualidade de vida, a fé e a inclusão social”, através do Congo (hoje, Patrimônio Imaterial Cultural de Vila Velha). E, através destes objetivos, quantificar melhoras posturais, motoras, rítmicas e sociais em crianças portadoras de necessidades especiais.

A ACERBES deu então origem e mantém a Banda de Congo Beatos de São Benedito, com intensa atuação no âmbito da Cultura Popular Capixaba. A Banda de Congo é formada por pessoas portadoras de necessidades especiais, idosos e adolescentes em risco social.

“É uma honra para nós participarmos do Festival de Olímpia. Será uma rica troca de experiência e vivências, tanto no campo da arte e cultura, como também no social”, comemora o Mestre Naio.

DEVOÇÃO

O congo do Espírito Santo é uma tradição de louvor a São Benedito que une elementos de origem negra, indígena e cristã. Segundo a lenda, em meados do século XIX, um navio negreiro naufragou na costa do Espírito Santo, e os escravos, amontoados no convés, rezavam a São Benedito, pedindo por um milagre que os salvasse. O Santo fez então com que o mastro central se descolasse de seu casco, tombando sobre a embarcação. Os negros se agarraram a ele e, flutuando sobre as ondas, conseguiram chegar salvos a praia. A partir do ano seguinte ao naufrágio, os sobreviventes instituíram a representação do feito milagroso em louvor ao Santo. A tradição se espalhou pelo Estado, obedecendo a um calendário anual de louvor aos santos em um belo espetáculo de dança e música. Além das festas tradicionais do Congo, os Beatos se apresentam em festivais e festas públicas.

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