A Tereos Açúcar & Energia Brasil, uma das líderes mundiais na produção de açúcar e etanol, com unidades na região noroeste do Estado de São Paulo, tem entre seus princípios o cuidado com o meio ambiente. Sempre atenta a ações sustentáveis, a empresa acaba de implantar o projeto “Gestão de Resíduos”.
A ação surgiu do desejo de reaproveitar os resíduos orgânicos, incluindo a sobra dos alimentos dos restaurantes, para transformá-los em adubo orgânico, por meio de composteiras. A iniciativa aconteceu em parceria com a empresa terceirizada de coleta de resíduos e a Morada da Floresta, especialista em compostagem. Da ideia à prática foram dois meses de estudos e trabalhos.
Antes do projeto, em média, 455.116 toneladas de resíduos da Tereos eram encaminhadas aos aterros todos os anos. Desse total, 182.046 toneladas eram de resíduos orgânicos que geravam um gasto de cerca de R$ 125 mil. Os ganhos para a Tereos e para o meio ambiente com a gestão dos resíduos foram imediatos. “Nos primeiros seis meses de 2019 foram encaminhadas 211.490 toneladas de resíduos ao aterro. No mesmo período de 2020, foram encaminhas 126.302 toneladas. Ou seja, uma redução de 40% com as composteiras em funcionamento”, aponta André Tebaldi, gerente de Sustentabilidade e Meio Ambiente da Tereos.
Segundo Tebaldi, é um projeto de vanguarda, que demonstra que a Tereos busca pela sustentabilidade dos seus negócios com menos custos e ambientalmente correto. “A reciclagem destes resíduos, de volta para o solo, garante que os ciclos naturais das coisas ocorram, reduzindo nossa demanda por insumos e recuperando os solos. Afinal, se o alimento veio do solo, nada mais justo que devolvermos a ele os nutrientes que retiramos”.
Os primeiros compostos de adubos ficarão prontos ainda este mês. “Espera-se produzir quatro toneladas do insumo só neste mês nas sete unidades da Tereos. Os ganhos ambientais já são sentidos, pois temos a redução de gás metano, gerado na decomposição dos resíduos em aterros e a recuperação de nutrientes do solo com a aplicação do adubo produzido”, destaca.
As quatro toneladas de adubos produzidas nas composteiras das unidades da Tereos serão aplicadas nos jardins, áreas verdes, viveiro de mudas e áreas de reflorestamento da empresa. O próximo passo do projeto é se preparar para o aumento de geração de resíduos orgânicos na entressafra. Para isso, deve aumentar a área de maturação de composto em quatro unidades.
Como funciona o projeto de compostagem da Tereos
A compostagem é uma técnica que permite a transformação de restos orgânicos. São sobras de legumes, frutas e alimentos em geral, além de resíduos da jardinagem, bagaço de cana e outras substâncias orgânicas em adubo. “O sistema que utilizamos é o termofílico, que permite a decomposição da matéria orgânica por bactérias resistentes a temperaturas acima de 60°C. A alta temperatura funciona como sanitizante do processo fazendo com que não haja atração de vetores. O processo é todo natural e não produz cheiro devido a gestão de material e da aeração do composto. Os resíduos orgânicos são misturados à poda de árvores e bagaço de cana para criar o ambiente ideal para proliferação dessas bactérias e, após 90 dias, temos o composto pronto para uso”, explica Tebaldi.
Para a compostagem, existem dois sistemas: o em leira e o cilíndrico. Em cada unidade da Tereos é utilizado um método. A compostagem em leira é ideal para grandes volumes de resíduos orgânicos. Esse sistema possui capacidade ilimitada e pode receber uma grande quantidade de resíduos diariamente. O cilíndrico é projetado para menores volumes. Além de ocupar menor área, possui uma melhor estética.